24.3.11

A Criatura Humana e seus Atos



Bomba de Hiroshima
Tentando resfriar os reatores da usina nuclear no Japão
Desmatamento ilegal na Amazônia



Chernobyl

Ação do garimpo

O ser humano acha que só porque ele pode pensar é mais importante do que qualquer outro animal. Ele esquece que, principalmente, porque pode pensar, é também mais responsável por tudo que faz.
Desenvolvemos o pensamento e conquistamos o livre arbítrio; podemos escolher os caminhos que queremos seguir, construimos ferramentas e com elas fazemos nossas casas, nosso mundo,  escrevemos leis, que nos mostram alguns limites e seguimos uma certa ética.
Entretanto, ainda estamos  vulneráveis perante muitas catástrofes naturais.
Assim como os dinossauros, também podemos ser varridos do planeta por elas.  
Contra tsunamis e terremotos o homem nada pode fazer. Não adianta gritar e nem rezar  para os deuses nos socorrer, eles não vão fazer nada por nós. Vemo-nos, então, sozinhos, como o homem primitivo  o fora,  ou como qualquer outro animalzinho desprotegido! 
Mas esse homem do qual falo, esse sábio privilegiado da natureza, cocriador,  por sua vez, também foi o causador  de  catástrofes ainda tão ou mais devastadoras do que os tsunamis e terremotos. Esse/este homem vem praticando atrocidades  aos seus semelhantes e à natureza há milênios, mundo afora. Seus feitos interferiram no clima, arrasaram com matas, alteraram o solo e aniquilaram pessoas.  
E para piorar mais a situação, como líder político, a maioria foi (é) inescrupulosa, egoísta, imediatista e mal intencionada. Alguns desses homens vem decidindo e conduzindo o nosso destino ao longo da história da humanidade. 
Por tudo que já sabemos, pergunto: que mundo queremos deixar para os nossos filhos e netos? Vamos continuar com a nossa vidinha e pensando que ainda não é conosco, que nunca seremos afetados e deixarmos que certos tipos continuem a conduzir nossos destinos para o abismo? 
Há muito é sabido que as possibilidades de haver uma catástrofe nuclear por erro, falha técnica (que já ocorreu na Rússia e no Japão)   por ataques de terroristas ou por ato de qualquer louco são grandes. E mesmo assim, agimos minimamente para banir as usinas do planeta.
acesso à página

Desde o início de suas construções, discutem-se, nos fóruns internacionais,  os riscos que representam para a humanidade. Mas mesmo assim, não se consegue fazer parar definitivamente com elas. E o programa  para construção de novas unidades continua. 
Os representantes das nações líderes, com sua parola, conseguem sempre convencer os que votam as leis, apoiados na necessidade  que essa fonte de energia representa para a população desses países, para manter patamares econômicos e continuarem crescendo. Somos, então, mais uma vez, obrigados a engolir isto e vamos levando nossa vida com a nítida sensação de que estamos caminhando sobre uma linha tênue que a todo momento pode ceder.
Já ciente desses perigos, esse  ser especial, chamado homem, com inteligência superior a de outros animais insiste na prática de seus absurdos, fazendo do mundo seu laboratoriozinho particular.
Fumaca radioativa do reator da usina do Japao
Será que ele ainda merece estar no topo, ocupando o lugar de ser especial da natureza só porque conseguiu se apoiar nas duas pernas, descobriu o fogo, desenvolveu o pensamento contínuo, construiu a Torre de Babel, as  Muralhas da China, aviões, foguetes, computadores...? 
Precisamos avaliar melhor essa posição; encarar a nossa pequenez diante de toda a natureza e do infinito que nos cercam,  antes de nos pormos acima de outros seres só porque pensamos.
Talvez devêssemos buscar em nossos arquivos biológicos nossa natureza animal tão esquecida, sermos menos humanos; conectarmo-nos com a natureza a nossa volta, tão negligenciada e desrespeitada. Reconhecer a nossa limitação e tentar avançar com menos velocidade e sem arrogância no desconhecido. Talvez isso possa nos salvar de nós mesmos. Será que ainda teremos esse tempo?  

Obs: Para quem desejar se informar mais sobre Desenvolvimento Sustentável, leia o artigo de Maria Cristina da Silva, publicado na revista da OAB do Paraná. http://www.oabpr.org.br/revistaeletronica/artigos/93-106.pdf



Por Maria A. Roque -Kottkamp

Um comentário:

  1. Maria, acho que todos deveriam fazer um levante contra as usinas nucleares. Quando vejo o que o Japoneses estao sofrendo, cresce minha preocupacao com o futuro que aguarda nossos filhos. tenho 2. Triste. Um abraco. Meu nome é Nair. Vou entrar como anonimo pois nao tenho e-mail no google e nem no yahoo.

    ResponderExcluir